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quarta-feira, 3 de julho de 2013

Contos Esparsos - Machado de Assis


Ficha técnica:
Título: Contos Esparsos
Autor: Machado de Assis
Organização e Prefácio: R. Magalhães Júnior
Editora: Civilização Brasileira S/A.
Exemplar nº: 5039
Ano: 1956
Nº de páginas: 282
Coleção Machado de Assis: livro 2 de 12

Este é o segundo livro da Coleção do Machado de Assis. Esta coleção foi presente da minha avó, junto com boa parte da biblioteca dela quando ela resolveu se desfazer. A coleção tem 12 volumes e este é o segundo.

É uma coleção antiga, este livro já está até solto da capa, mas talvez seja justamente isto que o dê ainda mais valor, ao menos sentimental. A edição tem as mesmas características das demais (vide post Coleção Machado de Assis e Contos Sem Data).

Traz os seguintes contos:

- O anjo Rafael
- Não é mel para a bôca do asno
- Antes que cases
- Quinhentos contos
- A menina dos olhos pardos
- Canseiras em vão
- Quem boa cama faz...
- Uma visita de Alcibíades
- A felicidade
- Felicidade pelo casamento
- Habilidoso
- A idéia do Ezequiel Maia
- Um agregado
- Orai por êle!
- Antes a rocha Tarpéia...

Do mesmo modo da resenha anterior, não dá para fazer uma resenha geral, nem falar de um por um. Segue os mesmos moldes. Pensei que deveriam ter reunido os livros com contos em um só, mas percebi que o livro ficaria grosso demais (chega o Vade Mecum que eu tenho que carregar rs [para quem não faz direito é um livro com parte das leis brasileiras, muito grosso, tipo uns 10 cm]). 

São todos contos muito bons, "Um agregado" é um capítulo solto de Dom Casmurro, como está anunciado no subtítulo "Capítulo de um livro inédito" Mal comecei a ler e reconheci de pronto a obra prima do autor. Re-li e relembrei o livro todo, muito bom. Cito uma partezinha que me fez rir:
Tio Cosme respondeu com um - Ora! que, traduzindo em vulgar queria dizer: "São imaginações de José Dias. Êle anda sempre com a cabeça no ar. Os pequenos divertem-se, eu divirto-me; onde está o gamão?
Outra citação que faço é o fechamento do conto "Felicidade pelo casamento", que é muito lindo:
Procurei tanto tempo a felicidade na solidão; é errado; achei-a no casamento, no ajuntamento moral de duas vontades, dois pensamentos e dois corações
O último conto do livro faz o fechamento perfeito. "Antes a tocha Tarpéia..." é um conto muuito bom, não falo mais para não fazer spoiler, Machado de Assis assina como "Lélio" e fecha o conto (e o livro) com o seguinte raciocínio:
A gente recorda-se de um abismo com prazer; não se pode recordar de um maçante sem pavor. Antes a rocha Tarpéia que um autor de má nota.
Para os curiosos (como eu) a rocha Tarpéia é, segundo a Wikipédia, um local, na Roma antiga, onde eram feitas execuções, jogando as vítimas desta rocha. 

Machado de Assis não é, definitivamente, um autor de má nota, pelo contrário é um escritor singular, diferente, surpreendente e imprevisível.

Não posso deixar de fora os elogios a R. Magalhães Júnior. Organizar esta coleção, em 1956 não deve ter sido um trabalho fácil. Que é ainda mais dificultado em virtude dos numerosos pseudônimos utilizados por Machado de Assis. Hoje é tudo muito fácil, na era da internet, tudo está acessível, literalmente na mão. Mas em 1956 os esforços deveriam ser muitos, pelo prefácio percebe-se a ampla pesquisa que foi realizada.




Por hoje é só, em breve volto com o terceiro livro: "Contos Avulsos"

Francini Sonsin Aguiar Cervantes
 http://www.skoob.com.br/usuario/290526/

2 comentários:

  1. Oi, Frahn!

    Livros antigos = AMOR ♥

    Ainda mais sendo de Machado de Assis. Os brasileiros leem autores estrangeiros e pouco valorizam os conterrâneos. Uma pena!

    Amei a resenha literária, gata.

    Super beijo.

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    Respostas
    1. Que bom que gostou Gi e bom saber que você gosta de livros antigos também @@
      Verdade, por aqui se lê muito mais os estrangeiros e temos excelentes autores brasileiros.
      :**

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